segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Últimos ainda são os primeiros...

Os cavalinhos saem em disparada... uns mais velozes, outros menos...
Cada um com seu jeito de galopar...
O azarão, no entanto, dado como favorito, continua parado, dentro da coxia, estancado, observando e estudando o espaço. Estudando.
As apostas estão ainda todas no azarão. Ele sabe disso. Mas os apostadores, com seus trajes sociais e elegantes começam a desconfiar de que jogarão seu dinheiro fora.
Azarão, sai dessa coxia, mostra que corre como os outros, que galopa mais, que vai ganhar a parada, as apostas, a garota.

domingo, 31 de agosto de 2008

Odeie o seu ódio?

Olhou para a assadeira que agora tinha o brilho reluzente de uma boa notícia. Não se refletia no brilho. Boa notícia de outrem. Passara os últimos momentos esfregando com a força e determinação de quem tenta se expurgar de sentimentos ruins. Tentou, em vão, eliminar a vermelhidão do rosto, manchado de raiva, mas não conseguiu transferir para seus dedos os calos que tinha em seu coração.
Entrou no chuveiro, sem esquecer-se da cena do dia anterior, que reverberou até a pia ficar tão vazia quanto se sentia agora, e procurou algo para eliminar-se de seus cravos, que tomavam as costas, cotovelos e a parte de trás de suas coxas. Precisava polir-se, da mesma forma que havia feito na cozinha, mas não conseguiu se desvencilhar da cena.

A notícia lhe caíra como uma comida que lhe faz mal de imediato, corroendo por dentro e reluzindo apenas no seu denunciante rosto.
Raiva e rancor tomaram conta de suas bochechas e idéias. O mundo ficou mudo e parado, enquanto a fala batia dentro de si como uma música de seqüências eletrônicas e extasiantes. Como sempre, escondeu-se na sua máscara preferida, que se usa de uma piada e da fama de boa pessoa para não transparecer seus piores sentimentos. A piada se valeu da sugestão de uma cena e que, se colocando como coadjuvante da situação, encontrou-se figurante, e sentiu o ridículo em si. Odiou-se. Odiou a quem não deveria odiar, e assim odiou-se novamente. E o mundo, que até então sumira, reaparecera para rir de sua pessoa, tirando toda e qualquer dúvida do ridículo em que se encontrava.

Esfregava-se agora com a fúria de quem se humilha e que tenta se limpar disso, mas parou ao perceber que estava com rancor a mais e quase uma camada de pele a menos.
A cena ainda reverberava. Encontrou-se, como sempre, na dualidade dos seus pensamentos, nos questionamentos duplos, na cena que sempre se enxergava: em meio a uma estrada deserta de mão única e duas opções, sem placas sobre o destino final, sentindo as árvores rindo-se ao pensarem que poderia ficar ali pela eternidade de sua dúvida, esperando o regresso de quem foi para contar-lhe o que vira e ajudar então a decidir seu caminho.

O brilho da assadeira não durará para sempre, em breve os cravos de suas costas retornarão e os cotovelos, de tanto segurar a força do dia a dia apoiado no queixo, voltarão a ficar espessos. A dúvida enfraquecerá, dando lugar a tantas outras. A cena no entanto, permanece, no receio, em evidências, na imaginação que cria situações mesmo quando estas são simplificadas pela fala do mesmo interlocutor.
A estrada também permanece. Até encontrar outra dúvida para se agarrar e viver o seu tão desejado sofrimento.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Não é minha, mas pretendo que seja...

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade".

terça-feira, 24 de junho de 2008

- Você está apagando as lembranças que tem de mim?

- Estou.

- E o que vai fazer quando precisar lembrar de mim?

- Eu não preciso lembrar. Eu preciso esquecer.

sábado, 14 de junho de 2008

Gorjeta de 20 reais

No mínimo era o que merecia o rapaz da pizza de ontem...

Sempre peço pizza num lugar que é só atravessar a rua e está entregue. Juro, não gasta nem sola de sapato. Dois reais de gorjeta é muito até (confesso que às vezes, quando estou sem troco, os entregadores ficam a ver navios...). Mas o rapaz de ontem merecia 20, ou 200...

Enquanto passava o valor para a maquininha do VR Smart, ele me disse que já me conhecia (hein?). Perguntei de onde e no final das contas eu, quando trabalhava perto de casa e levava 5 minutos para chegar em casa - a pé - passava na frente da pizzaria que ele trabalhava...

Sim, ele lembra de mim de um caminho que não faço mais há quase um ano (aliás, bons tempos aqueles, pena que pagavam mal...).

Bom, ou eu parecia uma louca e chamei atenção por falar sozinha, gesticular ou xingar alguém do escritório (claro, sempre sozinha) ou até que ainda dou um caldo.. hahah

Só para registrar: ele era bem gatinho!!

sábado, 17 de maio de 2008

Eu confesso...

Essa semana nasceu o baby da minha chefe. O motivo de algum dos posts atrás...

Fui conhecê-lo.

E ele é lindo. Perfeito, e eu não conseguia fazer o social exigido na ocasião, já que não fazia outra coisa a não ser admirar como uma coisinha tão pequena podia ser tão perfeitinha...


Pouco antes da visita, fui atrás de um presentinho... Queria um All star número um. Me decepcionei ao descobrir que eles só produzem a partir do número 16 (o que serve para uma criança de uns 3, 4 anos). Se na loja já me encantei com as calças jeans, as camisetas, os sapatos, as jaquetas de frio, imagina na maternidade...


E admito: apesar de ainda não me convencer da atuação para o pós "mããããe, acabeeei", deve ser muito legal ter o seu próprio remelentinho.. E Luquinhas realmente não combina tanto com um labrador...


(licença para o empréstimo das expressões alheias)

sábado, 3 de maio de 2008

E esse vai ser o texto mais sincero que você encontrará aqui...


Semana passada estava vendo um filme que ensaiei meses para assistir. Talvez as coisas aconteçam apenas quando devem acontecer, por motivos simples e por motivos complexos. Dessa vez acho que o motivo foi bem simples. Foi por um insight, apenas.

Ensaiei tanto ou mais para escrever sobre o insight que tive durante o filme. Por ele – e não pela trama em si – tive que disfarçar a garganta fechada, o incomodo no nariz, a voz de gralha que apareceu de repente.

Não sei se todo mundo se compara a tudo que vê – ficcional ou na vida real – mas eu faço. Sempre. E o insight me mostrou que dessa vez eu não precisaria sonhar acordada, ou ficar triste. Ele me mostrou que eu poderia fazer uma comparação e ficar feliz.

Eu tive, como a heroína adolescente do filme, um amor juvenil. Desses, de filme de sessão da tarde. O amor do colega de escola, puro, sincero e livre. O primeiro namorado, que me levava chocolate e me dava beijos na testa (pode ter a cantada mais barata, mas me deu beijo na testa, o cara está aprovado).

Só quero escrever para dizer o quanto fui feliz e sou por isso. E é só isso. Eu tive um amor adolescente. E foi lindo, e foi como de filme. E acabou. E está tudo bem.

Carinho por ele levo para sempre e saudades a gente alimenta, para manter a vida mais bela.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

É antigo, mas está bonitinho e merece ser post...

Havia tido outro sonho...
Só que dessa vez, o oposto do sonho anterior.
O fundo cor de rosa expressava a sensação de felicidade que sentia a cada olhar, a cada abraço, a cada beijo.
Sentia em sua pele a pele dele, pelos seus olhos enxergava nos dele tudo o que sempre desejara.
E os olhos dele respondiam a tudo.
Claro que sentia aquele medo costumaz.
Mas era um medo suave, tranqüilo, cheio de esperança, daqueles gostosos de sentir.
O sonho durou a noite toda.
E ao acordar, lembrou-se de que tudo não passava do mesmo sonho que ela tinha todos os dias, e não durante as noites.
Sonhava acordada. Eram as mesmas imagens, as mesmas sensações, os mesmos sentimentos.
E se era algum sinal? E se não era sinal algum? Já não importava mais. Já não buscava mais sinais, já que a própria realidade havia dado todas as respostas.
O que importava é que por mais uma vez havia se entristecido.
Passou o dia todo esperando por um abraço.
E foi dormir rezando para ter pesadelos violentos e assustadores, porque sonhos cor-de-rosa lhe assustavam demais.

terça-feira, 22 de abril de 2008

A abominável mulher das neves...

Me senti assim hoje.
Só porque comentei no trabalho que tive um insight com aquela propaganda do menino que quer ir na casa do Pedrinho...

Pô, até então, a única reação que me causava essa propaganda era lembrar do pessoal no Juca, dentro do alojamento, verbalizando a necessidade de ir na casa do Pedrinho, que, logicamente não dividia o mesmo insalubre (para ser muito, mas muuuuito simpática) banheiro do alojamento.

Mas hoje resolvi verbalizar o insight que tive no final de semana: o menino tem uns 6 anos e pede para ir na casa do Pedrinho, e a mãe responde: Ok filho, vamos! (tooooda feliz)
VAMOS?????? VAMOS?????
Vai você bunito... Com essa idade, a mãe ainda tem que ir junto pra limpar a criança???

Ok. Bebê a gente encara, é até bonitinho.. Você deita ele de barriga para cima na cama, põe a bundinha dele para o alto e vê tudo, limpa direitinho...

Mas com aquela idade? A mãe tem que ir na sorte, sem a visão do todo sabe... E detalhe, o bonito já come coisinhas sólidas... não é mais papinha e leite materno...

Ai eu disse que não sei EU DISSE NÃO SEI, NÃO DISSE NÃO (ainda), se quero ter filhos... Virei a Monstra do Lago Ness...


Meu filho já tem até nome, eu só não sei se será um labrador ou um exemplar da espécie humana mesmo...

Eu não sou tão ruim assim... Sou?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Simples

Talvez a felicidade caiba numa kitinete no centro da cidade, com espaço para nossa cama, uma estante para meus livros e seus CDs e nossas escovas de dentes dividindo o mesmo copo de requeijão.