terça-feira, 24 de abril de 2007

É o começo do fim.

Ou é o fim para o novo início?
Amanhã começo a escrever a conclusão do meu "trabalho de conclusão de curso". A quase jornalista, está a poucos passos e poucos meses de não ser mais quase.
Para os mackenzistas, o tão conhecido TGI é fonte de muito trabalho, muita dor de cabeça, algumas brigas, pilhas e pilhas de livros, noites e noites sem dormir, dias e dias sem outro assunto.
Para muitos, é a pior parte da faculdade, é a coisa mais chata que tem para fazer...
Para mim o TGI significou algo bem diferente.

Fiz um pouquinho por dia, para sentir o gostinho aos poucos – do jeito que a gente faz quando come o doce preferido, ou aquela pizza – para não sentir que a faculdade que eu tanto quis fazer, e fiz com tanto gosto, estava acabando.
Droga, ela está.

Já sofro antecipadamente, como se fosse a despedida de alguém que faz as malas na sua frente, enquanto você olha para a passagem – só de ida – para um lugar que dificilmente você poderá acompanhar.

Não sofri por causa do TGI. Sofri com ele. Dos dias que passaram e os prazos venceram, e que, mesmo estando cumpridos, eles apareceram. E eles não deixaram de aparecer.
E, a cada prazo finalizado, eram dias a menos o que eu ganhei. Dias a menos de aulas viajadas, que ninguém gostou muito, mas que sempre me fascinaram. Dias a menos de festas que fomos, ou que sofremos por não poder ir. Dias a menos de conversas de bar – mesmo longe da Maria Antonia. Dias a menos de Chipas, de croissant de chocolate, de Dog prensado, de almoços – acompanhados – de 10 minutos, para não atrasar para o estágio. Dias a menos de fofocas, dias a menos de lembranças de uma viagem e uma experiência incrível, dias a menos de "histórias de juca para contar".
Dias a menos de risadas, dias a menos de quatro anos que pareciam infinitos, mas que começaram a acabar.
Amanhã escrevo também os agradecimentos. Que pena termos apenas 50 páginas – no máximo – para o relatório todo.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

um texto fútil

Funciona mais ou menos assim...

Um lado:
Calça justa, blusa nova, ajeita o decote no espelho, passa o batom, o lápis no olho, blush, sombra e capricha no rímel.
Arruma o cabelo, no espelho, no secador ou na chapinha.
Depois de incluir o brinco, colares, pulseiras, anéis e o salto alto, sai.

Passa no bar do caminho, “aquece”, cria as expectativas de sempre e entra no estabelecimento.

O outro lado:
Calça jeans reta, tênis da moda, uma camiseta ‘transada’ e atenção especial ao perfume.
Gel no cabelo, talvez.
Pega o carro, coloca o sub-woofer no último. Pára para abastecer. Não o carro. Acelera nas ruas em que permite, em que interessa, onde chamar a atenção.
Acerta o que será desta noite com os amigos, faz alguns telefonemas no celular e adentra-se também ao estabelecimento.

O mesmo lado:
O som já está a pino. O DJ transpira mas mal começou o seu trabalho, que deverá durar, na melhor das hipóteses, 4 ou 5 horas. Non-stop.
O espaço ainda está vazio. Oportunidade perfeita para ajeitar o cabelo no banheiro, dar continuidade ao abastecimento e acender um cigarro e observar.

Começa a caça.

Se antes os homens preparavam-se para buscar carnes para a sua tribo, hoje o que se caça são pessoas, e querem caçar e serem caçadas umas as outras.
Não vejo problema algum nisso, desde que mantidas as regras mínimas de convivência humana, estabelecida pela moral e pelos bons costumes, que, convenhamos, não custa muito ser seguido.
Trocam-se olhares, abraços, beijos e saliva. E se tudo correr bem, trocam-se os números dos telefones, celular, claro, ligar em casa, só depois do décimo encontro (se periódicos).
Se tudo correr bem mesmo, no mesmo dia, no dia seguinte, ou na terça-feira (porque nunca se faz o contato seguinte numa segunda-feira, mesmo que tenham se conhecido no domingo... acho que segunda-feira não é um dia propício para isso), manda-se uma mensagem de texto. O que ocorre agora também é a busca virtual, by orkut. Se não achar... Nossa que pessoa estranha, aí tem coisa...Deve namorar, só pode...

Mas deve ser até estranho receber uma ligação, ou mensagem, em plena segunda-feira, dia em que estão todos posicionados em frente ao computador do trabalho, tentando, de alguma forma recuperar as forças para sair da ressaca do fim-de-semana e conseguir se concentrar e produzir. O chefe, se não for muito workaholic, estará na mesma disposição, mas não se dê ao luxo de dormir no trabalho, na esperança de que ele vá entender.

Mas voltemos um pouco...

O DJ ainda toca. O barman já serviu não-sei-quantas-garrafas-de-não-sei-o-quê. A gogo-dancer se prepara para subir ao balcão.
Você já achou a sua mira, e a sua mira já achou a mira dela. Caso dê muita sorte, uma será a mira da outra. Se não der tanta sorte, há a esperança de ser a mira de alguém. E se não for? Aí você volta para o bar e faz da loira, ou da russa, ou da interiorana, ou até da mexicana, sua cia para o resto da noite.
É...um dia é da caça e o outro é do caçador.
E não adianta lutar contra isso.
Porque desde que o mundo é mundo, e caçar era o simples ato de buscar alimento, essa máxima é válida.

domingo, 11 de março de 2007

sexta-feira, 9 de março de 2007

Momento Macabéa

Hoje vivi um momento Hora da Estrela...
Mas não fui eu a Macabéa, graças a Deus, senão, hora dessas, não teria texto algum aqui...
Hoje, na minha rua, de frente para um prédio com apartamentos-super-master-duplex-luxo, um atropelamento.
O atropelado: uma senhora, bem simples, com roupas surradas, tamanquinho gasto e idade avançada para quem se dirigia ao batente nosso de cada dia...
O atropelador: um Ecoesport – novinho, morri de inveja, será que era desses automáticos? – vermelhudo, rodas poderosas, vidros filmados, e no volante, uma loira super-master-duplex-luxo...
A Macabéa? Bom, ela recebeu os socorros lá mesmo, no meio da rua, atrapalhando o tráfego, na contramão de uma rua de via única.
A Mercedes? A Mercedes, chocadérrima, subia, no momento em que a transeunte atrasada e curiosa passava, se dirigia ao prédio em frente, em busca de uma aguinha com açúcar para acalmar...

quinta-feira, 1 de março de 2007

Bel and the City

Resovi fazer igual...
E me surpreendi com o resultado. Acho que não tem um solteiro, uma solteira, vivendo em uma grande cidade, que aprecia a vida noturna e acompanha essa dinâmica de relações íntimas e ínfimas, que não tenha, uma vez na vida, assistido à série Sex and the city e se comparado com uma das personagens.

Pois bem, foi exatamente isso que resolvi fazer um dia desses...
Surgiu a partir de uma comparação que vi em um blog desses por aí e de um bate papo que tive com as minhas queridas Carries, Samanthas, Mirandas e Charlottes...

Qual delas seria a mais parecida comigo??

Samantha foi a primeira a ser descartada...
Sou uma pessoa comum, como qualquer outra, que sai, que namora, que beija... mas não, não teria um caso com a Sonia Braga nem que ela fosse um Sonio, imagina sendo mulher...

Carrie?
Hum, talvez, mas aqui para nós, não sei ser tão bem resolvida a ponto de não apenas ter esses complexos e tórridos casos, mas ainda por cima sair escrevendo por ai, em colunas de jornais e revistas sobre eles (sem falar que mesmo que fosse, acho muito difícil alguém resolver pagar isso para mim, enfim...)
Me restava a Charlotte, que é mais boazinha, romantiquinha, meiguinha e todos os inhas que resolvem me classificar por aí a torto e a direito, e sempre erram...
Mas enfim, ela era a que me restava, já que a Miranda... bem, a Miranda é meio doida né, fala sério.

E não é que, quando resolvi abrir a discussão para fora da minha rede de pensamentos interníssimos, levei uma bordoada na cara...
Conversando livremente, num papo de sábado à tarde, daqueles descompromissados, dentro do carro, a caminho de qualquer lugar que servirá apenas para te fazer gastar o dinheiro que você não tem, ouvi de uma das poucas pessoas que me entende por inteiro, e das quais eu nem preciso explicar para entender o resto:
“Você é definitivamente a Miranda. Charlotte, não.. A Charlotte é submissa demais aos homens, não é romantismo isso. E a Miranda não é dada como a Samantha, não trai como a Carrie, e sabe bem o que quer e o que não quer, e quem quer e quem não quer. Ela não é neurótica não, ela é assim e pronto”.
Tudo bem, pensando por esse lado... Ela é mesmo a mais bem resolvida, no meu ponto de vista, o que faz com que eu concorde, aliás, adorei o EXTREMAMENTE RACIONAL, do texto da folha cujo link está abaixo...

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u68612.shtml

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Cara Estranho

(Los Hermanos)

Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
No corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão
Não mede a força que já tem
Exibe à frente o coração
Que não divide com ninguém
Tem tudo sempre às suas mãos
Mas leva a cruz um pouco além
Talhando feito um artesão
A imagem de um rapaz de bem

Olha ali quem tá pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção
Periga nunca se encontrar
Será que ele vai perceber
Que foge sempre do lugar
Deixando o ódio se esconder
Talvez se nunca mais tentar
Viver o cara da TV
Que vence a briga sem suar
E ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Rótulos...

Depois que inventaram os adjetivos, a vida nunca mais foi fácil.
- estudiosa?
- teimosa?
- dedicada?
- amiga?
- confiável?
- segura?
- medrosa?
- tímida?
- extrovertida?
- responsável?
- irresponsável?
- preocupada?
- cuca-fresca?
- assustada?
- corajosa?
- burra?
- inteligente?
- rápida?
- lenta?
- de bom gosto?
- cafona?
- elegante?
- chique?
- mal-vestida?
- despenteada?
- feia?
- bonita?
- linda?
- gostosa?
- gorda?
- magra?
- deprimida?
- alegre?
- feliz?
- infeliz?
- limpa?
- suja?
- divertida?
- mal-humorada?
- deselegante?
- estressada?
- barraqueira?
- calma?
- pacífica?
- encrenqueira?
.
.
.
Sim...A culpa dos rótulos que damos aos outros e os outros nos colocam é culpa dos adjetivos.
Grande coisa se somos bravas, ou não, sensuais ou patinhos-feios, se escrevemos bem ou somos um desastre no volante.
Desde que sejam apenas características apenas das pessoas, de nós e dos outros, ok.
Mas não pode virar NA característica.
Ela não é dedicada ao trabalho, logo é irresponsável. Por isso, não merece trabalhar aqui, não merece boas notas na escola, nem merece ter amigos por perto, nem namorado, nem filhos, nem cachorro, nem vizinhos, e assim vai indo.

Somos uma grande panela de adjetivos borbulhando a cada instante. Cada hora um sobe à superfície dessa sopa de letrinhas enquanto outro desce.
Sejamos menos “rotuladores” e mais compreensíveis. Nem é preciso tanto, compreensão hoje em dia está em extinção e difícil de encontrar até mesmo no mercado negro.
Sejamos apenas, honestos.
Perdoe a adjetivação....

Going on

Não é um novo blog..
Tá, é um novo blog, mas é para continuar o outro, que não consigo acessar de jeito nenhum para postar...então ele vai ficar lá, até que a Blogger resolva que não deve mais mantê-lo e despachará para a lua o arquivo...
Então, mesmo não tendo um nome que realmente me agrada, bom mesmo era o velho e bonito "Confábulos", agora teremos que nos contentar com o "Emconfabulos"... Whatever...

Boa ruim leitura para os parcos visitantes...