domingo, 21 de dezembro de 2008

Histórias de natal


Just because it´s Christmas, and at Christmas you tell the truth.. (Or at least part of)

Desde pequena minha imaginação sempre foi muito fértil.. mas bastante racional também. Talvez por isso acreditasse tanto nas histórias que eu mesma criava, tornava realidade e brigava por ela até o fim (porque além de muita imaginação, eu sou taurina...).
Acreditei mais tempo do que devia em Papai Noel exatamente por isso.
A idéia de que o bom velhinho passava na minha casa, na casa do Macaulay Culkin (todo ano o clássico, Esqueceram de Mim), e em tantas outras, de trenó, vindo lá do pólo norte, numa única noite, nunca me convenceu.
Por isso tinha tanta certeza de que o presente ERA mesmo dado pelo Papai Noel.
Explico.
Para mim, havia uma logística fenomenal, em que os ajudantes do bom velhinho eram divididos por regiões, não apenas para fazer a entrega dos presentes (como um carteiro mesmo) mas também para a compra dos presentes. nada de fábrica, afinal, brinquedo era da Estrela, da Grow e por aí vai... Ou seja, um ajudante, atendia meu prédio, o quarteirão todo, mas no máximo, duas ou três ruas do entorno. Não mais.. Ou não daria conta... Papai Noel não entregava, mandava entregar...
A minha viagem era tanta que até a história de que quando passava um helicóptero em cima do quintal de casa (e vai, 20 anos atrás isso era muito raro de acontecer) era o papai Noel que vinha investigar se eu estava me comportando.. E já que não tinha um ano que ele tenha me dado a casa da Barbie (sempre o número um da lista), eu acreditava, achava que precisava me comportar melhor no ano seguinte... (que pecado o que fazem com as crianças)
E como descobri “a verdade”?
Quando contei para minha mãe a teoria que tinha sobre os sósias que o papai Noel escolhia – ele mesmo – como seus representantes nos shoppings centers e que eram os ajudantes mais antigos, ou seja, em empresariêis claro, os ajudantes eram promovidos, como gerentes e gerentes-gerais se tornam diretores, ou algo parecido.
Acho que ela se assustou com tal surrealismo que resolveu avisar sua caçula que os presentes eram comprados, embrulhados e postos na porta da minha casa por ela mesma.
Foi nesse ano que, pela última vez, meus pais fizeram o ritual de colocar o presente na porta e tocar a campainha escondidos... No entanto, a única reação, dessa vez, foi da Mimi, que sentiu de longe o cheiro do presente dela e, atropelando os outros embrulhos, foi em busca do seu pacote de bifinhos sabor carne...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Em tempos de crise...

A: O efeito da crise se manifestando...

B: Bem que falaram que atingiria a todos.

A: Investimento apenas em capital de risco... deu no que deu.

B: Bem fazem os investidores cautelosos, que não abrem mão de um ativo antes de possuir outro de maior valor.

A: Ou aqueles que têm investimento pulverizado, em negócios de risco e em outros menos rentáveis, porém mais seguros...

B: sugiro um que possa ser resgatado a qualquer momento, que não dê despesas adicionais e cujo lucro seja suficiente para pagar o seu consumo mensal.

A: E menos vulnerável a crises também.

B: Estável. Exatamente.

sábado, 29 de novembro de 2008

Sete ondas.

31 de dezembro. Último dia do ano. Lista para checar se havia cumprido todas as promessas. Em outra lista, checava o que havia realizado no ano. Lembrou-se que, um ano atrás, prometera viver a vida com paixão. Para o que quer que fosse.
Havia vivido com paixão? Mesmo entre os tropeços da vida, as boas e as más notícias que recebeu, as atitudes que não teve, e aquelas as quais tomou subitamente, inconseqüentemente. A coragem que teve, e pouca coragem que não lhe deu opção senão apenas observar. Haviam nelas a paixão prometida?
Mas afinal, o que era viver com paixão? O que era a paixão?
O entregar-se sem pensar? Entregar-se ao outro, ao trabalho, entregar o corpo, a alma, as idéias? Entregar-se a si?
Ou a paixão era o resultado dessas tentativas todas?
E as tentativas aconteceram?
Havia vivido com intensidade?
Chorar demais, rir demais, dançar demais, beber demais, amar demais, trabalhar demais, estudar demais... E quem avalia a intensidade do demais?
Até que ponto viver significa sorrir?
Até que ponto viver significa chorar?
Lista de perguntas encerrada. Não estava no script. E não daria tempo de terminá-la antes do amanhecer do ano seguinte.

Os amigos agora a chamavam com taças de champagne nas mãos, roupas brancas, sapatos debaixo do braço, expectativas. Não poderiam mais esperar por alguns minutos para começarem a viver, a sonhar, a buscar a felicidade do próximo ano.
Mas faltava ainda escrever as promessas para o ano seguinte.
Estava pronta. Roupa branca. Detalhe em rosa ou vermelho? O que queria? Mais paixão ou amor sublime e tranqüilo? O que é mais intenso, amores fugazes ou amores mornos e duradouros?
O que pedir a Iemanjá? O que agradecer? O que prometer para os próximos 365 dias?

Sem terminar sua tarefa, largou caneta e papel. Prometeu começar diferente dessa vez, desde os minutos finais do ano anterior. E saiu. Sem pensar, sem planejar.
Apenas com a taça de champagne – que sempre detestara e agora fazia todo sentido e sabor, tinha gosto de vida –, as melissas brancas em outra mão; e na alma, a fé, que todos criam e projetam nos primeiros minutos, e que esquecem ao longo dos dias.
Foi viver.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Post de utilidade pública número dois

SMS pelo visto veio para ficar... Acessível a todos e bem mais fácil de disfarçar a timidez ou a canalhice...
É bacana receber mensagens de alguém. Todo mundo gosta. Mas mandar 10 mensagens em um único dia? Too much...
Celulares deveriam ser como propagandas de cerveja. Não, não é da gostosa de biquíni que eu estou falando. Deveriam vir com a frase “SMS: use com moderação. Se beber, não escreva”.

Outra dica importante: a frase “estou de bobeira em casa” ou frases alternativas como “não, não estou fazendo nada, e você?” e “Não tenho nada programado para hoje” (e notem que é bem diferente do que dizer: não vou sair hoje) significa: Sim, pode me chamar para sair com você que eu vou...

domingo, 9 de novembro de 2008

Não grita, não gruda

Dicas para não se tornar o chato da balada.

Baseado em fatos reais – e recentes.

Dica # 1: Você quer conhecer a pessoa, certo? Você foi lá, tomou a coragem, pediu pra sentar do lado, se apresentou, deu beijinho no rosto e tudo mais. Então porque não deixar a pessoa falar um pouco? Monólogo é para peça de teatro, no máximo...

Dica # 2: Tente gravar o mínimo do que a pessoa acabou de dizer. Não precisa ser a informação completa, mas não serão pontos a favor perguntar três ou quatros vezes a mesma coisa. Se o grau alcoólico estiver um pouco mais alto e estiver difícil processar todas as informações, ok, é compreensível, mas mude a pergunta então, jogue algum verde, que não fique tão na cara que você não prestou a menor atenção no pouco que a pessoa disse.

Dica # 3: O corpo fala, logo, não precisa fazê-lo gritar. Uma aproximação de até 30 cm é compreensível, inclusive se estiver em um ambiente com música em volume alto ou com muitas pessoas em volta conversando. Menos do que 30 cm é ameaçador. Não ameace sentar no colo da pessoa, voluntária ou involuntariamente. Respeito ao outro começa pelo respeito ao espaço ocupado. Não esqueça das aulas de física: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

Dica # 4: Por falar em gritar... Não grite. Se a pessoa não entender, ela pergunta. Se a música parar, pode diminuir o tom de voz também e, se você estiver muito mais próximo do que os 30 cm racionais, não é necessário MESMO gritar.

Dica # 5: Você pode ser uma pessoa realmente interessante. Ok, não são todos no mundo que tiveram a oportunidade de saltar de pára-quedas em céus australianos, mas atente-se a uma das regras do jornalismo: nem toda informação é notícia. O prêmio sorteado na sua empresa que você NÃO ganhou é dispensável.

Dica # 6: Roupa de mulher não é barata, o tecido é delicado e se você não entende nada sobre lavanderia, não aplique desafios aos tira-machas. Cuidado com copos de bebida e sapatos sujos que pisam o vestido: dá trabalho, estraga para sempre e é prejuízo – para ela, que perderá um dos seus trajes favoritos, e seu, que ficará, no máximo, com um número de telefone errado...

Dica # 7:
Por favor, isso é muito importante: Entenda os sinais. Se a pessoa se afasta, não é um desafio à física nem um teste para saber se você está realmente interessado. Tombar no sofá, se você não está beijando a pessoa, nada mais é do que um “back off” ou, em português claro:DESGRUDA.

7.1. – Se as respostas tornarem-se constantemente monossilábicas, se a pessoa não olhar mais para você, se estiver mais interessada na conversa do lado do que na sua e começar a lançar olhares suplicantes para os conhecidos e desconhecidos que estão à volta, o papo não está agradando.

7. 2. – Se perceber que a pessoa está com o pensamento longe e que, mesmo com os 750 decibéis escolhidos para gritar no ouvido da pessoa, que não está mais longe do que 10 centímetros da sua boca, se ela pede 2 ou 3 vezes para você repetir o que acabou de dizer, são duas as opções: Ou ela está pensando em uma forma de se livrar de você, ou ela está pensando em coisas muito melhores que poderia estar fazendo naquele momento, como depilar virilha, limpar banheiro ou como ela vai fazer para limpar o vestido que você está pisoteando.

Por último, e não menos importante:
Dica # 8: Por favor, não cuspa quando for falar: é nojento, a pessoa é pega desprevenida – sim, em todos os momentos, não há ainda um protetor para isso – e estraga a maquiagem.

sábado, 1 de novembro de 2008

Ela não sabe como fazer pra chegar lá. Não tem mapa, GPS ou guia... Já percebeu que pelo andar da carruagem, o caminho é longo e o percurso, confuso, cheio de obstáculos e monstros. Além de inúmeras sugestões para retornar ao ponto de partida. Mas sabe o que quer. E porque quer.
Ela é corajosa. Acha que é. Quer ser.

Não vai voltar para trás, muito menos ficar no meio do caminho. Começou, termina.
Descanso, sim, fará, porque é pessoa determinada mas não é de ferro. Para isso leva água, alimento e amigos. Usa um sapato confortável mas leva na mochila o modelito perfeito para usar quando cruzar a faixa de chegada.

Encontrou no meio do trajeto pessoas que desistiram e pararam no caminho, por medo, receio, preguiça. Alguns a convidam a parar também, voltar para trás, outros tentam induzi-la a ter medo também e a achar que o fim da trilha não existe.

Mas teimosa como é, não dá ouvidos. Se entristece de quando em quando, pois sabe que não é tarefa fácil. Ainda vai encontrar mais pessoas no caminho, pessoas sem a força e a determinação que ela se exige. Mas botou na cabeça que vai chegar no final da prova. Não quer ser a primeira colocada, só quer o prêmio final. Que sabe que está lá esperando por ela.
Ela chega lá.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Últimos ainda são os primeiros...

Os cavalinhos saem em disparada... uns mais velozes, outros menos...
Cada um com seu jeito de galopar...
O azarão, no entanto, dado como favorito, continua parado, dentro da coxia, estancado, observando e estudando o espaço. Estudando.
As apostas estão ainda todas no azarão. Ele sabe disso. Mas os apostadores, com seus trajes sociais e elegantes começam a desconfiar de que jogarão seu dinheiro fora.
Azarão, sai dessa coxia, mostra que corre como os outros, que galopa mais, que vai ganhar a parada, as apostas, a garota.

domingo, 31 de agosto de 2008

Odeie o seu ódio?

Olhou para a assadeira que agora tinha o brilho reluzente de uma boa notícia. Não se refletia no brilho. Boa notícia de outrem. Passara os últimos momentos esfregando com a força e determinação de quem tenta se expurgar de sentimentos ruins. Tentou, em vão, eliminar a vermelhidão do rosto, manchado de raiva, mas não conseguiu transferir para seus dedos os calos que tinha em seu coração.
Entrou no chuveiro, sem esquecer-se da cena do dia anterior, que reverberou até a pia ficar tão vazia quanto se sentia agora, e procurou algo para eliminar-se de seus cravos, que tomavam as costas, cotovelos e a parte de trás de suas coxas. Precisava polir-se, da mesma forma que havia feito na cozinha, mas não conseguiu se desvencilhar da cena.

A notícia lhe caíra como uma comida que lhe faz mal de imediato, corroendo por dentro e reluzindo apenas no seu denunciante rosto.
Raiva e rancor tomaram conta de suas bochechas e idéias. O mundo ficou mudo e parado, enquanto a fala batia dentro de si como uma música de seqüências eletrônicas e extasiantes. Como sempre, escondeu-se na sua máscara preferida, que se usa de uma piada e da fama de boa pessoa para não transparecer seus piores sentimentos. A piada se valeu da sugestão de uma cena e que, se colocando como coadjuvante da situação, encontrou-se figurante, e sentiu o ridículo em si. Odiou-se. Odiou a quem não deveria odiar, e assim odiou-se novamente. E o mundo, que até então sumira, reaparecera para rir de sua pessoa, tirando toda e qualquer dúvida do ridículo em que se encontrava.

Esfregava-se agora com a fúria de quem se humilha e que tenta se limpar disso, mas parou ao perceber que estava com rancor a mais e quase uma camada de pele a menos.
A cena ainda reverberava. Encontrou-se, como sempre, na dualidade dos seus pensamentos, nos questionamentos duplos, na cena que sempre se enxergava: em meio a uma estrada deserta de mão única e duas opções, sem placas sobre o destino final, sentindo as árvores rindo-se ao pensarem que poderia ficar ali pela eternidade de sua dúvida, esperando o regresso de quem foi para contar-lhe o que vira e ajudar então a decidir seu caminho.

O brilho da assadeira não durará para sempre, em breve os cravos de suas costas retornarão e os cotovelos, de tanto segurar a força do dia a dia apoiado no queixo, voltarão a ficar espessos. A dúvida enfraquecerá, dando lugar a tantas outras. A cena no entanto, permanece, no receio, em evidências, na imaginação que cria situações mesmo quando estas são simplificadas pela fala do mesmo interlocutor.
A estrada também permanece. Até encontrar outra dúvida para se agarrar e viver o seu tão desejado sofrimento.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Não é minha, mas pretendo que seja...

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade".

terça-feira, 24 de junho de 2008

- Você está apagando as lembranças que tem de mim?

- Estou.

- E o que vai fazer quando precisar lembrar de mim?

- Eu não preciso lembrar. Eu preciso esquecer.

sábado, 14 de junho de 2008

Gorjeta de 20 reais

No mínimo era o que merecia o rapaz da pizza de ontem...

Sempre peço pizza num lugar que é só atravessar a rua e está entregue. Juro, não gasta nem sola de sapato. Dois reais de gorjeta é muito até (confesso que às vezes, quando estou sem troco, os entregadores ficam a ver navios...). Mas o rapaz de ontem merecia 20, ou 200...

Enquanto passava o valor para a maquininha do VR Smart, ele me disse que já me conhecia (hein?). Perguntei de onde e no final das contas eu, quando trabalhava perto de casa e levava 5 minutos para chegar em casa - a pé - passava na frente da pizzaria que ele trabalhava...

Sim, ele lembra de mim de um caminho que não faço mais há quase um ano (aliás, bons tempos aqueles, pena que pagavam mal...).

Bom, ou eu parecia uma louca e chamei atenção por falar sozinha, gesticular ou xingar alguém do escritório (claro, sempre sozinha) ou até que ainda dou um caldo.. hahah

Só para registrar: ele era bem gatinho!!

sábado, 17 de maio de 2008

Eu confesso...

Essa semana nasceu o baby da minha chefe. O motivo de algum dos posts atrás...

Fui conhecê-lo.

E ele é lindo. Perfeito, e eu não conseguia fazer o social exigido na ocasião, já que não fazia outra coisa a não ser admirar como uma coisinha tão pequena podia ser tão perfeitinha...


Pouco antes da visita, fui atrás de um presentinho... Queria um All star número um. Me decepcionei ao descobrir que eles só produzem a partir do número 16 (o que serve para uma criança de uns 3, 4 anos). Se na loja já me encantei com as calças jeans, as camisetas, os sapatos, as jaquetas de frio, imagina na maternidade...


E admito: apesar de ainda não me convencer da atuação para o pós "mããããe, acabeeei", deve ser muito legal ter o seu próprio remelentinho.. E Luquinhas realmente não combina tanto com um labrador...


(licença para o empréstimo das expressões alheias)

sábado, 3 de maio de 2008

E esse vai ser o texto mais sincero que você encontrará aqui...


Semana passada estava vendo um filme que ensaiei meses para assistir. Talvez as coisas aconteçam apenas quando devem acontecer, por motivos simples e por motivos complexos. Dessa vez acho que o motivo foi bem simples. Foi por um insight, apenas.

Ensaiei tanto ou mais para escrever sobre o insight que tive durante o filme. Por ele – e não pela trama em si – tive que disfarçar a garganta fechada, o incomodo no nariz, a voz de gralha que apareceu de repente.

Não sei se todo mundo se compara a tudo que vê – ficcional ou na vida real – mas eu faço. Sempre. E o insight me mostrou que dessa vez eu não precisaria sonhar acordada, ou ficar triste. Ele me mostrou que eu poderia fazer uma comparação e ficar feliz.

Eu tive, como a heroína adolescente do filme, um amor juvenil. Desses, de filme de sessão da tarde. O amor do colega de escola, puro, sincero e livre. O primeiro namorado, que me levava chocolate e me dava beijos na testa (pode ter a cantada mais barata, mas me deu beijo na testa, o cara está aprovado).

Só quero escrever para dizer o quanto fui feliz e sou por isso. E é só isso. Eu tive um amor adolescente. E foi lindo, e foi como de filme. E acabou. E está tudo bem.

Carinho por ele levo para sempre e saudades a gente alimenta, para manter a vida mais bela.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

É antigo, mas está bonitinho e merece ser post...

Havia tido outro sonho...
Só que dessa vez, o oposto do sonho anterior.
O fundo cor de rosa expressava a sensação de felicidade que sentia a cada olhar, a cada abraço, a cada beijo.
Sentia em sua pele a pele dele, pelos seus olhos enxergava nos dele tudo o que sempre desejara.
E os olhos dele respondiam a tudo.
Claro que sentia aquele medo costumaz.
Mas era um medo suave, tranqüilo, cheio de esperança, daqueles gostosos de sentir.
O sonho durou a noite toda.
E ao acordar, lembrou-se de que tudo não passava do mesmo sonho que ela tinha todos os dias, e não durante as noites.
Sonhava acordada. Eram as mesmas imagens, as mesmas sensações, os mesmos sentimentos.
E se era algum sinal? E se não era sinal algum? Já não importava mais. Já não buscava mais sinais, já que a própria realidade havia dado todas as respostas.
O que importava é que por mais uma vez havia se entristecido.
Passou o dia todo esperando por um abraço.
E foi dormir rezando para ter pesadelos violentos e assustadores, porque sonhos cor-de-rosa lhe assustavam demais.

terça-feira, 22 de abril de 2008

A abominável mulher das neves...

Me senti assim hoje.
Só porque comentei no trabalho que tive um insight com aquela propaganda do menino que quer ir na casa do Pedrinho...

Pô, até então, a única reação que me causava essa propaganda era lembrar do pessoal no Juca, dentro do alojamento, verbalizando a necessidade de ir na casa do Pedrinho, que, logicamente não dividia o mesmo insalubre (para ser muito, mas muuuuito simpática) banheiro do alojamento.

Mas hoje resolvi verbalizar o insight que tive no final de semana: o menino tem uns 6 anos e pede para ir na casa do Pedrinho, e a mãe responde: Ok filho, vamos! (tooooda feliz)
VAMOS?????? VAMOS?????
Vai você bunito... Com essa idade, a mãe ainda tem que ir junto pra limpar a criança???

Ok. Bebê a gente encara, é até bonitinho.. Você deita ele de barriga para cima na cama, põe a bundinha dele para o alto e vê tudo, limpa direitinho...

Mas com aquela idade? A mãe tem que ir na sorte, sem a visão do todo sabe... E detalhe, o bonito já come coisinhas sólidas... não é mais papinha e leite materno...

Ai eu disse que não sei EU DISSE NÃO SEI, NÃO DISSE NÃO (ainda), se quero ter filhos... Virei a Monstra do Lago Ness...


Meu filho já tem até nome, eu só não sei se será um labrador ou um exemplar da espécie humana mesmo...

Eu não sou tão ruim assim... Sou?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Simples

Talvez a felicidade caiba numa kitinete no centro da cidade, com espaço para nossa cama, uma estante para meus livros e seus CDs e nossas escovas de dentes dividindo o mesmo copo de requeijão.

domingo, 23 de março de 2008

Luta?

Toda vez que acho que estou perdendo terreno, deixo o inimigo entrar no meu lugar.
Geralmente é assim. Por um milésimo de segundo eu me “desatento”, não por falta de atenção, propriamente dita, mas por falta de coragem (às vezes preguiça também, raras vezes) e solto a bandeira. Viro de costas e giro 360 graus em torno de mim mesma, para entender o que acontece ao redor.
Quando me viro novamente para a bandeira, há outra mão lá. E lá se vai o terreno. Perdido, invadido e assentado.
Será que tento resgatar meu terreno dessa vez? Cansei de perder meu espaço por uso capião alheio.

domingo, 16 de março de 2008

"Uma Parte que não (tem) tinha"

Não tem sol, nem solução
Não tem tempero no meu dia
Não faz mal se a tradição nos traduz outra alegria
Não ter pressa dá a impressão de que a tarde virou tédio
não tem bala, belo, bola ou balão
não tem bula meu remédio.

e não tem cura...
acho que me perdi numa excursão
que fiz na tua

na tua certeza e na contradição

e não tem cura...
acho que ME PERDI numa excursão
que fiz NA TUA
na tua PALAVRA e no teu palavrão

Não tem sol, nem solução
não tem tempero no meu dia
Não faz mal se a situação não traduz nossa alegria
Não ter festa dá a impressão de que o mundo ficou sério
não tem bala, belo, bola ou balão
NÃO TEM BULA MEU REMÉDIO.

E NÃO TEM CURA...
acho que me perdi numa excursão
que fiz pra lua
no meu universo o sol é SOLIDÃO

e não tem cura...
acho que me perdi numa excursão
que fiz pra lua
no meu único verso o sol é solidão

Não tem mal, nem maldição
não tem sereno no meu dia
Não tem sombra e assombração
Não tem disputa por folia
Tem bola de capotão, capitão capture essa menina
tem SAUDADE e saudação
tem uma parte que não tinha...
parte que não tinha... parte que não tinha...

domingo, 2 de março de 2008

"Que o teu afeto me afetou é fato, agora faça-me o favor!"

Eu reclamei outro dia da falta de cordialidade dos homens.
Reclamei que, por mais que a pessoa não queira mais te ver, assim como você também não faz tanta questão de vê-la, não significa necessariamente que a pessoa precise, simplesmente, desaparecer do planeta. Ou então, que você deverá se tornar uma pessoa completamente desconhecida.

Retiro tudo o que eu disse...

Cansou? Ótimo, sai da mesa então (sai da moita ou desce, não importa qual expressão você prefira).

Pior do que o desaparecimento total é o cozimento em banho maria pra depois jogar no ralo junto com a água fervente.

domingo, 20 de janeiro de 2008

"Os poucos que viram você aqui
Me disseram que mal você não faz
e se eu numa esquina qualquer te vir
será que você vai fugir?"

... hope not

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Discípulos de Rhonda Byrne

Não li e não gostei.
Se a igreja evangélica, o BBB, a novela das 8, o funk, ou a moda das bolsas insanamente grandes não te pegaram ainda, cuidado... O tal do Segredo vai te pegar.
Não sou uma pessoa pessimista, nem de mal com a vida, ou muito menos em depressão.
Quem me conhece sabe que adoro uma piadinha, que abraço até o poste, se ele me der intimidade para tal, e não posso ver criança ou cachorro por aí que tenho vontade de levar para casa...
Mas depois que o big-hit-sucesso-best seller do ano resolveu pousar na cabeceira das minhas melhores amigas, e executar a lobotomia / lavagem cerebral nelas, virei alvo da catequização.
É essa a palavra... Quem o lê, aparentemente entra numa onda de paz-amor-pensamento positivo, que irritaria até mesmo o Buda... É um tal de Pense assim para cá, Mentaliza que vai dar certo para lá, que pelo amor...
E virei prato cheio. A “Miranda” (não entendeu, joga no google, ou vê uns posts para baixo), mais pé no chão da roda, é o maior desafio para elas. Taurina com T maiúsculo de teimosia, e praticante da famosa frase do Faustão “Isso tem alguma chance de dar certo?!”, ainda não me convenci de que tenho que afirmar coisas inexistentes para que elas passem a existir ou ficar com o pensamento fixo em algo e isso se realizará..
Tentei fazer isso no trabalho esses dias. Passei o almoço todo pensando: quando eu voltar para a mesa o relatório ESTARÁ pronto, ele ESTARÁ pronto!!! Não adiantou não..
Tentei também hoje de manhã... Mentalizei: ainda são 6h, ainda são 6h... Não mudou.. já eram 7h horas e eu já estava atrasada...
(Será que os corintianos mentalizaram que iriam cair para a segundona? Estranho...)
Não que eu seja um burro empacado ou uma idosa descrente – apesar do pique dos 70 anos. Mas para mim essa história ainda não colou...
E além disso tudo, o tal do livro, que não li e não gostei, fala o que os meus lindos Los Hermanos dizem há tempos: “Aponta pra fé e rema”...
Fé. É isso que no final das contas a gente precisa?
Ainda prefiro pensar que não é só acreditar. Apontar, sim... Mas também tem que remar.. E como.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Sign by a dream

She has never been that mystical.
But had always trusted her feelings, her sixth sense. And most than that, she has always trusted in signs.
She had been searching for those for about a month. Anything could mean something.
She could analyze which of them was a sign or was not. And those signs never appeared. Rarely saw one. Or had admitted it was one.
Anyway, she followed her intuition and wishes. She never regrets doing what she felt like. Regarding but confident, kept waiting for something to guide her. But it never came.
Tired of waiting, despite not letting go or even forgetting or giving up, she knew it was over.
It didn’t happen the time she wasn’t expecting. It was not a surprise. She had still dreaming of.
And had a dream. And it was everything she was asking for. It was a sign.
It said exactly what her intuition, her sixth sense, her humor was telling, screaming for her.
Yes, it was over.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Fantástica fábrica... Parte 1

Costumo falar que São Paulo é uma fábrica de malucos. E quando você anda por aí, muito a pé, metrô, ônibus e afins, tem “acesso” a boa parte dessa produção.
Claro que são as pessoas mais simples, que vagam pelas ruas com as suas atitudes não ‘confortáveis’ para a sociedade, que mais se sobressaem, mas quem não tem uma loucurazinha ou um vizinho, parente, amigo bem maluco, que atire a primeira camisa de força.

Mas hoje, como todos, vou me focar exclusivamente na loucura daqueles que sã e sabiamente se recusam à “sanidade” socialmente aceita.

Essas “figuras” a gente encontra facilmente em cidades como São Paulo. Se quisermos fazer uma espécie de releitura e pensar em crônicas de uma certa São Paulo, certamente falaríamos deles.

Hoje fugi de uma loucura provavelmente criada em São Paulo. Já fui “vítima" de tal atividade e hoje revi e quase revivi.

Explico: Perto do Mackenzie (dentro dele inclusive), há um senhor de idade – com um nariz impressionantemente grande – que vive para baixo e para cima com uma cadeira de rodas. Sim. COM uma cadeira e não EM uma cadeira.

Logo no começo da faculdade o conheci. Dentro do ônibus, ele carregava sua cadeira, fechada, como sempre, e vestindo a incansável camiseta branca com o símbolo do próprio Mackenzie. Lembro que ele desceu do ônibus no mesmo ponto que eu, com a cadeira, e sempre muito mal humorado. Parei no cruzamento para atravessar a rua, quando fechasse, e de repente, sinto algo me “atropelando”. Sim era a sua bendita cadeira inseparável... Afastei, para dar passagem. Não adiantou... A pequena roda da frente continuou insistindo em ficar em cima do meu singelo all star 35... ai descobri: se tratava de mais um produto da fantástica fábrica de maluquinhos...
A mania do querido é atropelar, propositadamente o pé dos passantes que, quanto mais tentar afastar, mas atrai o dito...

Hoje encontrei o próprio... Logo que ele surgiu, relembrei de já tê-lo visto por aí... Claro, ele logo entrou em ação e escolheu sua vítima, e eu tratei de me afastar completamente de qualquer espaço passível de virar rota. Funcionou.

Mas gerou esse texto hoje e lembrei de tantos outros doidinhos que vejo sempre por aí...

Mas isso é assunto para um outro post...